Retrato de António Ramos Rosa, por Nuno Ferreira Santos.

Retrato de António Ramos Rosa, por Nuno Ferreira Santos.

 

António Ramos Rosa

Poeta e tradutor oriundo das tertúlias surrealistas do Café Gelo, publicou as primeiras colectâneas em 1957 e 1958, mas excluiu esses títulos da sua bibliografia. É a partir de Insónias e Estátuas (1961) que o seu nome começa a chamar a atenção da crítica. Colaborou depois nos cadernos inaugurais de Poesia Experimental, tendo, em 1965, participado em Visopoemas, na Galeria Divulgação, de Lisboa.

Mais tarde, num registo completamente diferente, publicará éclogas em folhas volantes, sob o pseudónimo de Pastor Lócio. Essa inflexão, dir-se-ia religiosa, porventura fruto da sua conversão ao islamismo, verifica-se a partir dos anos setenta. A «descoberta» do Islão ocorreu durante uma longa temporada (1973-74) passada em Moçambique, na companhia da actriz Eunice Muñoz, então sua mulher. A partir daí, António Barahona – que assinara os primeiros livros como António Barahona da Fonseca – adopta alternadamente o nome de Muhammad Rashid.

Traduziu inúmeras obras, designadamente para teatro, numa fase em que colaborou com o Teatro Experimental de Cascais .Textos ensaísticos, quase sempre de índole teológica, encontram-se dispersos por várias publicações.

A sua obra, caracterizada por um discurso de grande plasticidade verbal , ainda quando devedora de certa ortodoxia formal e ideológica, não é facilmente enquadrável nos padrões da sua geração.

 

Obras disponíveis