Camilo Pessanha
Camilo Pessanha é um poeta português nascido em Coimbra em 1867. Formou-se em Direito, pela Universidade de Coimbra, em 1891. No ano anterior juntar-se-ia, temporariamente, ao grupo dos «Nefelibatas», constituído no Porto por António Nobre, Alberto de Oliveira e Raul Brandão. Em 1894, seguiu para Macau, vindo a ser professor de Filosofia no liceu local, onde teve como colega e amigo Venceslau de Moraes.
De vida social apagada e alheio a tentativas de publicação, oferecia os poemas que ia escrevendo, chegando alguns a surgir em revistas da época. A geração de Orpheu, que muito o admirou, estabeleceu contactos com este autor no sentido de serem publicados poemas seus, quer em Orpheu, quer em Centauro. Deve-se a João de Castro Osório e a Ana de Castro Osório a publicação do volume Clepsidra (1920), que reúne poemas de Pessanha, muitos dos quais ditados de memória pelo poeta. Geralmente considerado o mais genuíno representante do simbolismo português, notabilizou-se sobretudo pela extrema qualidade rítmica e musical dos seus versos. Cultivando uma forma meticulosa, afastou-se do tradicional lirismo romântico, do sentimentalismo e confessionalismo de muita poesia portuguesa.
Embora tardiamente publicado e tendo uma obra escassa, Camilo Pessanha exerceu grande influência sobre os poetas do primeiro modernismo português.