Marcel Proust
Marcel Proust nasceu em Auteuil, a 10 de julho de 1871, para onde os seus pais se haviam deslocado devido à Comuna de Paris. Proust estuda no Liceu Condorcet, lê os contemporâneos e tem uma paixão por uma famosa cortesã. Cumpre o serviço militar e conhece Maupassant, Wilde e Barrès quando frequentava já o curso de Direito e Ciências Políticas.
Aos 21 anos, participa na formação da revista Le Banquet, onde publica os primeiros textos literários. Até aos 37 anos, teve uma intensa vida intelectual e mundana. Escreveu Les Plaisirs et Les Jours, alguns pastiches de autores que admirava, crónicas e críticas, e deixou inacabado o romance Jean Santeuil, em cujo final surge já a preocupação com o tempo.
O desaparecimento da mãe em 1905 não fez Proust sair de uma certa indefinição literária, embora o tenha começado a afastar do mundo — a partir de setembro desse ano entra numa clínica, e depois num hotel de Versalhes. Em 1908, começa a escrever Contre Sainte-Beuve, uma obra hesitando entre o ensaio e o romance. No entanto, alguma coisa do que faria a originalidade de Em Busca do Tempo Perdido surge já na importância atribuída à recordação involuntária.
Em finais de 1909, Proust retira-se da vida social, a sua caligrafia transforma-se, enovelando-se em correções sucessivas, os cadernos acumulam-se, e ele próprio sente que está a criar um grande romance que vai disputar à morte, que chegaria em novembro de 1922.