Vasco Graça Moura
Personagem polifacetada da vida cultural portuguesa, Vasco Graça Moura nasceu na Foz do Douro a 3 de janeiro de 1942 e morreu em Lisboa, a 27 de abril 2014. Poeta, romancista, ensaísta e tradutor, foi também secretário de Estado de dois Governos provisórios, desempenhou funções diretivas na RTP, na Imprensa Nacional e na Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Em 1999, foi eleito deputado ao Parlamento Europeu.
Para ele, a poesia "é uma questão de técnica e de melancolia", crescendo d'A Furiosa Paixão pelo Tangível através de uma densa rede metafórica que combina a intertextualidade, relacionada especialmente com Camões, Jorge de Sena, Dante, Shakespeare e Rilke, e uma tendência ironicamente discursivista assente na agilidade sintática.
É autor de três ensaios sobre Camões: Luís de Camões: Alguns Desafios, Camões e a Divina Proporção e Sobre Camões, Gândavo e Outras Personagens. Em 1996, a sua obra foi reunida em volume. Dos títulos deste autor, podemos salientar Concerto Campestre, os romances Quatro Últimas Canções e Meu Amor Era de Noite, os livros de poesia Uma Carta no Inverno, que lhe valeu o prémio da APE, e Poemas com Pessoas.
Recebeu o Prémio Pessoa em 1995 e a medalha de ouro da Comuna de Florença em 1998, ambos atribuídos à sua tradução da Divina Comédia de Dante.