«Neste livro a poesia surge, de facto, como reflexão. Reflexão da poesia sobre a poesia, “como modo de pensamento que excede as fronteiras do seu género e, mesmo, da linguagem” a que se soma a reflexão, pelos poemas, sobre o cinema e outras artes. Desde logo mergulhamos em filmes, em trechos ou sequências cinematográficas que funcionam como motor da escrita. Dryer, João César Monteiro, Pollet, mas também escultores (Juan Muñoz), pintores (Menez ou Picasso ou Tiziano) ou referências mais biográficas (“Numa Noite de Agosto Sobre a Ria de Alvor”, “Concerto dos Rolling Stones (Coppola)”, é todo um universo referencial, culturalista ou às vezes onírico que Maria Andresen convoca. Problematizando o seu mundo, o poema irrompe como produto, na verdade, inclassificável.»
António Carlos Cortez, JL