Paciente Zero - Rui Baião
Paciente Zero - Rui Baião
«nem deus entese,
nem o tempo amolece.
como a dezanove, o leve
omnívoro – paciente
zero. à desgarrada,
habitat superlativo
: frases soltas,
veres-me outra vez,
pó de sobra –
medula das seitas
à ilha do afã.
ruínas batendo-se
por um mísero farnel»
Porque ainda há escritores e editores que não ficaram alapados no sofá na exígua imobilidade, surge no mercado o livro de um poeta já com alguns, não poucos, títulos de referência: Quiasma (frenesi, 1982), Aqueduto (& etc, 1985), Maligno (frenesi, 1991), Nuez (com Paulo Nozolino, frenesi, 2003), Rude (Averno, 2012), Noizz (Companhia das Ilhas, 2016), etc., etc. É co-antologiador (com Al Berto e Paulo da Costa Domingos) de Sião (frenesi, 1987). Este seu Paciente Zero dá-nos a verdadeira profundidade da actual pandemia.