CÚMPLICES DOS ARTISTAS - conversas com Sara Antónia Matos e Pedro Faro - seguido de uma conversa com João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira (Rádio Quântica) - Vários
CÚMPLICES DOS ARTISTAS - conversas com Sara Antónia Matos e Pedro Faro - seguido de uma conversa com João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira (Rádio Quântica) - Vários
Este livro dá seguimento ao projecto de entrevistas que se iniciou com Júlio Pomar: O Artista Fala… [2014], continuou com Rui Chafes: Sob a Pele [2015], Julião Sarmento: O Artista Como Ele É [2016] e Cabrita Reis: A Voragem do Mundo [2017].
As conversas com Alexandre Melo entre 2016 e 2017, pretendiam dar a conhecer o percurso do autor e, através do seu exemplo, o modo como se desenvolveu a crítica da arte e se instituiu o sistema de legitimação em Portugal, para o qual ele contribuiu decisivamente, em particular nos anos oitenta — período em que a crítica e o sistema propriamente ditos eram quase inexistentes. É, aliás, sobre isso, e sobre as inúmeras reflexões que foi fazendo ao longo das décadas, que tratam os livros que publicou — resultado nítido dos seus conhecimentos (e formação) no âmbito da economia e das ciências sociais, particularmente a sociologia. O cruzamento destes campos epistemológicos, bem como a sua experiência de docente na Universidade, associados à prática concreta de trabalho directo com os artistas, com as instituições e com os múltiplos agentes do meio, confere a este autor uma amplitude de visão que provavelmente estará na base da sua abertura ético-moral e da sua liberdade crítica, por vezes corrosiva.
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Alexandre Melo, crítico e curador, com um percurso internacional reconhecido, deixa compreender as vicissitudes do universo artístico e institucional e o modo como as formas de legitimação se exerceram.
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Como se verá ao longo das páginas que se seguem, as conversas abrangeram questões relativas à vida pessoal, ao percurso profissional e aos posicionamentos ideológicos do autor, tendo este falado sempre sem reservas, fosse em relação aos assuntos perante os quais mostra mais convicção, fosse relativamente àqueles que lhe oferecem algumas dúvidas. A ambição das entrevistas passa também por essas oscilações, crenças e motivações pessoais, mostrando através da voz própria que cada autor tem um percurso singular e uma função no meio insubstituível.
[Sara Antónia Matos]