O Penitente (Camilo Castelo Branco) - Teixeira de Pascoaes
O Penitente (Camilo Castelo Branco) - Teixeira de Pascoaes
Pascoaes foi iniciado na leitura de Camilo Castelo Branco por sua mãe, que guardava à cabeceira da cama os livros deste autor e, quando chegava ao último volume, voltava a ler o primeiro. Assim se interessou um autor pela figura romanesca do outro, cujos passos descreverá, desde a infância até ao suicídio. Através da leitura desse percurso ficam-se a conhecer diferentes episódios, como a profanação da sepultura de Maria do Adro, a prisão de Ana Plácido e Camilo, e os últimos dias em Ceide.
No epílogo deste livro, Teixeira de Pascoaes alerta para o facto de não ter escrito uma biografia, ou uma crítica literária, pois quis apenas aproveitar, da vida e obra de Camilo Castelo Branco, o que constitui o “drama camiliano”. Desta forma se explica que, como afirma António-Pedro Vasconcellos na sua introdução ao livro, Camilo, visto por Pascoaes, seja “uma personagem saída da imaginação de um Shakespeare ou de um Dostoiévski, um eterno enamorado da morte e um irredutível solitário”.