Retrato de Carlo Goldoni, por Alessandro Longhi.

Retrato de Carlo Goldoni, por Alessandro Longhi.

 

Carlo Goldoni

Carlo Goldoni, o grande reformador da “commedia dell’arte”e um dos maiores dramaturgos do século XVIII, nasceu em Veneza em 1707. Pouco interessado em medicina, profissão que o pai exercia, foi estudar filosofia no Colégio de Rimini mas em 1721, com apenas 14 anos, abandonou os estudos para seguir uma trupe de comediantes. No entanto, a morte do progenitor obrigou-o a ir estudar Direito e a formar-se em advocacia, o que lhe permitiu ter vários empregos e garantir o seu sustento.

Em 1734, aos 27 anos, aceitou o cargo de poeta residente da companhia de teatro lírico de Giuseppe Imer, para o qual escreveu interlúdios cómicos, tragédias e tragicomédias, e, dois anos depois, mercê do seu rendimento fixo, pôde casar-se com a fiel Genoveva Nicoletta Conio. Mas foi só no ano de 1738, aos 31 anos, que Goldoni encontrou a sua verdadeira vocação: as comédias.

Pelas peças de Goldoni perpassam, como em mais lado algum, a moral e os costumes do século XVIII. Em 1747, Goldoni conheceu Gerolamo Medebach, director da companhia Sant’Angelo e aceitou o cargo de poeta residente da trupe. Finalmente, pôde renunciar à advocacia para se dedicar inteiramente ao teatro. Foi a época do seu apogeu: só na temporada de 1750-51 escreveu nada menos do que 16 comédias. Até que, em 1753, e desentendendo-se com Medebach, decidiu abandonar a companhia e entrar para o teatro San Luca, com o qual permaneceu dez anos, na qualidade de autor residente e director de actores. Alguns insucessos e uma disputa com o rival Carlo Gozzi, defensor de um teatro menos popular e mais literário e elitista, acabaram por levar Goldoni a abandonar Veneza, em 1762, e a partir para Paris, onde foi trabalhar para a Comédie-Italienne, para a qual escreveu peças de sucesso seguro e onde se tornou professor de italiano das filhas de Luís XV. Aí escreveu as suas Memórias (publicadas em 1787) e morreu, em 1793, quase na miséria, depois da Revolução Francesa lhe ter retirado a pensão que o rei lhe tinha conferido.

 

Obras disponíveis