O Café - Carlo Goldoni
O Café - Carlo Goldoni
«Ponto de observação social privilegiado, espaço para comércios, tudo começa no café que se vende, razão do nome. É um negócio, e funcionar como um observatório – ponto de concentração, a cada momento, das "intrigas" e informações em circulação e desenvolvimento – é reflexo de um estádio de desenvolvimento embrionário que confronta modernos valores de irrepreensibilidade moral burguesa, oficinais e éticos (Ridolfo e Vitória), e os vícios boémios do mundo herdado anterior (Eugénio e Leandro), jogo e mulheres, vida improdutiva aristocrata.
(…) "O Café" é de uma modernidade surpreendente, modernidade que se traduz também na possível projecção dos espectadores nas figuras construídas, projecção familiar, movimento que nasce de um parentesco sentido com estas personagens de meados de setecentos, que são como aqueles primos afastados que quando conhecidos nos surgem com fisionomia identificável, como se nos retratassem também.»