Prefácio a Cromwell e outros prefácios - Victor Hugo
Prefácio a Cromwell e outros prefácios - Victor Hugo
Tradução e notas de Pedro Eiras
Prefácio de Joana Matos Frias
Os textos de Victor Hugo que aqui se apresentam não só não escapam ao panorama do discurso prefacial oitocentista, como são dele exemplos emblemáticos, uma vez que enunciam alguns dos mais importantes princípios poético-estéticos que a Modernidade perseguiu e que no século XIX se apresentaram como essenciais ao entendimento diferenciado da criação artística, a ponto de Gautier ter considerado que a juventude romântica estaria «fanatizada» pelo Prefácio de Cromwell e pelo seu autor.
Talvez por isto mesmo, eles são precisamente o contra-exemplo do prefácio segundo Brás Cubas-Machado de Assis, conforme se torna notório sobretudo no caso de Cromwell, pois é claro que Victor Hugo se dirige aos seus contemporâneos com um prólogo «explícito e longo», mesmo que não chegue a contrariar o princípio de acordo com o qual, ainda nos termos do escritor brasileiro, «a obra em si mesma é tudo».