Quando se comemoram 50 anos sobre a morte do autor de "Marânus", chega às livrarias um livro que reúne o longo poema 'Londres' (cidade que Pascoaes visitou por causa de uma inglesa, Leonor Dogge, por quem se apaixonara - cf. prefácio de António Telmo). E se a tristeza de Londres é o rio Tamisa (tristeza acentuada pelo facto de não ter havido correspondência à paixão pela parte de Leonor), a tristeza do poema seguinte, 'Cantos Indecisos' é a do Tâmega (rio da aldeia de Pascoaes). O terceiro livro do volume tem 22 cânticos, "tantos como as letras do alfabeto hebraico ou como as lâminas do arcano do Tarot. Claro que o autor dos Cânticos não deve ter pensado minimamente nisso. (...) De qualquer modo, estamos aqui nos Cânticos perante vinte e duas meditações tão essenciais para o conhecimento do mistério de Deus no homem e na natureza quanto são essenciais para o conhecimento da natureza e do homem no mistério de Deus as vinte e duas letras do alfabeto hebraico."