Necrophilia - Jaime Rocha
Necrophilia - Jaime Rocha
«A poesia de Jaime Rocha não vive nem da emoção, nem da conceptualidade abstracta, muito menos de qualquer piscar de olhos a experimentalismos de linguagem. É pura construção imagética, sem truques nem metáforas, uma sequência obsessiva de imagens nuas, em carne viva, angulosas e surpreendentes, para servir um universo de grandes percepções (e não mundos minimais e subjectivos, como acontece em grande parte da poesia que hoje se lê), num registo acentuadamente descritivo – no espaço (os cenários de cada acção ou a movimentação das figuras) e no tempo (o decurso do acontecer, os seus vários momentos e metamorfoses). Passando-se as coisas assim no plano da linguagem, esta poesia só podia ter um travejamento conceptual de tipo alegórico, em que o mundo se oferece ao olhar e por ele é interpretado»