Poemas do Desterro - Ovídio
Poemas do Desterro - Ovídio
Públio Ovídio Nasão, o autor de A Arte de Amar, das Metamorfoses, dos Fastos, das Heróides e algumas outras obras menos conhecidas e que Dante, na sua galeria de poetas, coloca logo depois de Homero e Horácio, nasceu em Sulmona, na região dos Abruzzos, a 20 de março do ano 43 a.C. faleceu em Tomos (a actual Constança, na Roménia) no ano 17 d.C. no termo de uma viagem tormentosa, por mar e por terra, a Tomos, precisamente, chegava Ovídio no ano 8 d.C., deportado por ordem do imperador Augusto, desconhecendo-se, até hoje, os verdadeiros motivos que estiveram na origem de tal decisão.
Camões, no início da sua III Elegia, fala do sulmonense Ovídio desterrado / na aspereza do Ponto, e dele, ou antes, do seu doloroso desterro, falam também longamente os poemas compostos desde a sua saída de Roma, durante a viagem e no decurso da sua permanência em Tomos, logo enviados para a capital do império, onde foram recebidos com natural expectativa, dada a posição social e a situação de banido do seu autor.
São os poemas reunidos sob os títulos de Tristia (Tristes) e Epistulae ex Ponto (Cartas do Ponto ou, simplesmente, Pônticas), obras que, embora escritas, ambas, em dístico elegíaco, recebem títulos diferentes pelo facto de, na segunda, os poemas terem um destinatário expresso, o que não sucede na primeira. Os poemas selecionados para este livro Poemas do Desterro pertencem a estas duas obras.
Selecção, apresentação, tradução e notas de Albano Martins.