Madame - Maria Velho da Costa

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Trabalhar o texto dramático deste espectáculo com Eunice Muñoz, Eva Wilma e Ricardo Pais foi um susto e um privilégio. É que, quando nos sentámos no Porto e depois em Lisboa para aquela prática a que se costuma chamar leitura do texto, apercebi-me, com eles, por eles, do muito que havia de errado e incompleto e obtuso, em suma, não-teatro ainda, no que eu tinha fixado em livro com o mesmo título (Madame, Sociedade Portuguesa de Autores / Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1999). Não é renegar, mas aquela primeira versão dizia de mais ou de menos. E surgiu, com toda a evidência, um filão que eu pouco trabalhara, porque a escrever não se ouve com a mesma escuta: estas duas Madames, e principalmente as suas duas serviçais, não falam a mesma língua.

O português e o brasileiro, para se entenderem, têm de traduzir-se. Também nós, glosando Mark Twain, somos dois povos separados pela mesma língua. O que é cómico e desconfortável, tanto mais se se quer fazer Machado e Eça, século XIX, burguês e rústico, tragicomédia de costumes que passa (ou não passa) na fala.

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Trabalhar o texto dramático deste espectáculo com Eunice Muñoz, Eva Wilma e Ricardo Pais foi um susto e um privilégio. É que, quando nos sentámos no Porto e depois em Lisboa para aquela prática a que se costuma chamar leitura do texto, apercebi-me, com eles, por eles, do muito que havia de errado e incompleto e obtuso, em suma, não-teatro ainda, no que eu tinha fixado em livro com o mesmo título (Madame, Sociedade Portuguesa de Autores / Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1999). Não é renegar, mas aquela primeira versão dizia de mais ou de menos. E surgiu, com toda a evidência, um filão que eu pouco trabalhara, porque a escrever não se ouve com a mesma escuta: estas duas Madames, e principalmente as suas duas serviçais, não falam a mesma língua.

O português e o brasileiro, para se entenderem, têm de traduzir-se. Também nós, glosando Mark Twain, somos dois povos separados pela mesma língua. O que é cómico e desconfortável, tanto mais se se quer fazer Machado e Eça, século XIX, burguês e rústico, tragicomédia de costumes que passa (ou não passa) na fala.

Trabalhar o texto dramático deste espectáculo com Eunice Muñoz, Eva Wilma e Ricardo Pais foi um susto e um privilégio. É que, quando nos sentámos no Porto e depois em Lisboa para aquela prática a que se costuma chamar leitura do texto, apercebi-me, com eles, por eles, do muito que havia de errado e incompleto e obtuso, em suma, não-teatro ainda, no que eu tinha fixado em livro com o mesmo título (Madame, Sociedade Portuguesa de Autores / Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1999). Não é renegar, mas aquela primeira versão dizia de mais ou de menos. E surgiu, com toda a evidência, um filão que eu pouco trabalhara, porque a escrever não se ouve com a mesma escuta: estas duas Madames, e principalmente as suas duas serviçais, não falam a mesma língua.

O português e o brasileiro, para se entenderem, têm de traduzir-se. Também nós, glosando Mark Twain, somos dois povos separados pela mesma língua. O que é cómico e desconfortável, tanto mais se se quer fazer Machado e Eça, século XIX, burguês e rústico, tragicomédia de costumes que passa (ou não passa) na fala.

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