Carta a D.: História de um Amor - André Gorz
Desenho da capa: Luís Henriques
"Carta a D.: História de um Amor", de André Gorz, escritor austríaco, teórico de movimentos de esquerda dos anos 60, é um relato da vida do autor ao lado da sua esposa, vítima de uma doença degenerativa.
Gorz recorda o relacionamento de 54 anos que viveu com a sua esposa Dorine Keir, vitima de um erro médico que lhe causou uma doença grave.
«Nessa época não procurei resposta para a questão na experiência que estava a viver. Não descobri, como acabo de o fazer aqui, qual a base do nosso amor. Nem que o facto de estar obcecado, ao mesmo tempo dolorosa e deliciosamente, pela coincidência sempre prometida e sempre evanescente do gosto que temos dos nossos corpos — e quando digo corpos não estou a esquecer que «a alma é o corpo», tanto em Merleau-Ponty como em Sartre — remete para experiências fundadoras que mergulham as suas raízes na infância: para a descoberta primeira, originária, das emoções que uma voz, um odor, uma cor de pele, uma maneirade se mover e de ser, que serão para sempre a norma ideal, podem fazer ressoar em mim. É isto: a paixão amorosa é uma maneira de entrar em consonância com o outro, corpo e alma, e com ele ou ela apenas. Estamos aquém ou para além da filosofia.»
Desenho da capa: Luís Henriques
"Carta a D.: História de um Amor", de André Gorz, escritor austríaco, teórico de movimentos de esquerda dos anos 60, é um relato da vida do autor ao lado da sua esposa, vítima de uma doença degenerativa.
Gorz recorda o relacionamento de 54 anos que viveu com a sua esposa Dorine Keir, vitima de um erro médico que lhe causou uma doença grave.
«Nessa época não procurei resposta para a questão na experiência que estava a viver. Não descobri, como acabo de o fazer aqui, qual a base do nosso amor. Nem que o facto de estar obcecado, ao mesmo tempo dolorosa e deliciosamente, pela coincidência sempre prometida e sempre evanescente do gosto que temos dos nossos corpos — e quando digo corpos não estou a esquecer que «a alma é o corpo», tanto em Merleau-Ponty como em Sartre — remete para experiências fundadoras que mergulham as suas raízes na infância: para a descoberta primeira, originária, das emoções que uma voz, um odor, uma cor de pele, uma maneirade se mover e de ser, que serão para sempre a norma ideal, podem fazer ressoar em mim. É isto: a paixão amorosa é uma maneira de entrar em consonância com o outro, corpo e alma, e com ele ou ela apenas. Estamos aquém ou para além da filosofia.»
Desenho da capa: Luís Henriques
"Carta a D.: História de um Amor", de André Gorz, escritor austríaco, teórico de movimentos de esquerda dos anos 60, é um relato da vida do autor ao lado da sua esposa, vítima de uma doença degenerativa.
Gorz recorda o relacionamento de 54 anos que viveu com a sua esposa Dorine Keir, vitima de um erro médico que lhe causou uma doença grave.
«Nessa época não procurei resposta para a questão na experiência que estava a viver. Não descobri, como acabo de o fazer aqui, qual a base do nosso amor. Nem que o facto de estar obcecado, ao mesmo tempo dolorosa e deliciosamente, pela coincidência sempre prometida e sempre evanescente do gosto que temos dos nossos corpos — e quando digo corpos não estou a esquecer que «a alma é o corpo», tanto em Merleau-Ponty como em Sartre — remete para experiências fundadoras que mergulham as suas raízes na infância: para a descoberta primeira, originária, das emoções que uma voz, um odor, uma cor de pele, uma maneirade se mover e de ser, que serão para sempre a norma ideal, podem fazer ressoar em mim. É isto: a paixão amorosa é uma maneira de entrar em consonância com o outro, corpo e alma, e com ele ou ela apenas. Estamos aquém ou para além da filosofia.»