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Todas as Artes O Monte Análogo - René Daumal
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O Monte Análogo - René Daumal

15,00 €

Tradução, organização e apresentação de Jorge Leandro Rosa

Formação paradoxalmente situada na Terra, o Monte Análogo mostra-se progressivamente capaz de abolir a distinção entre mundo físico e mundo simbólico. A grande arte deste livro é, não a de nos dar as vistas da montanha monumental, mas a de deixar entrever as vastidões do seu entre-sentido.

[…] é preciso sublinhar que este é um livro inacabado, o que em si não parece extraordinário: outros, nessa condição, puderam aceder ao cânone literário. Contudo, O Monte Análogo é o seu inacabamento. É certo que o desaparecimento de Daumal determina o estado final do manuscrito. Mas poderia uma tal narrativa ver o seu fim? Mais do que o simples facto biográfico, e porque tudo n’O Monte Análogo é questão de movimento, a interrupção do fio textual parece indiciar uma transposição da acção nele proposta; ou, melhor dito, uma renovação dos fios que aí prendem a acção ao discurso. Tudo isso se espelha, aliás, no que o próprio romance diz das origens do Monte e do seu povoamento: quase nada que não seja a continuidade de um impulso imemorial. Daí que, em vez de dar para uma ausência e uma incerteza, a inconclusão do texto pareça transportar consigo muitos dos movimentos que o ritmam, assegurando-lhes essa progressão lenta e segura que se adopta quando se estão a dar os primeiros passos de uma longa ascensão. Até dominarem essa passada, as personagens terão de aprender a «sinonímia da queda física e da queda moral» (Bachelard). As fendas dos glaciares vêm recordar ao alpinista, na terrível simplicidade do sonho de queda, essa angústia que lhe é necessária e que o prepara para uma tal viagem.

Como parece inevitável, O Monte Análogo é a manifestação de uma relação ambígua com a grande tradição da viagem ocidental presente na Odisseia ou n’Os Lusíadas, para dar alguns exemplos seminais. Ela perpassa no texto, mas é constantemente objecto de uma translação onde a própria percepção cosmológica muda progressivamente de figura. Evidentemente, Daumal não será o único poeta do século XX a captar a difícil posição daquele que sonha partir.

[Jorge Leandro Rosa]

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Tradução, organização e apresentação de Jorge Leandro Rosa

Formação paradoxalmente situada na Terra, o Monte Análogo mostra-se progressivamente capaz de abolir a distinção entre mundo físico e mundo simbólico. A grande arte deste livro é, não a de nos dar as vistas da montanha monumental, mas a de deixar entrever as vastidões do seu entre-sentido.

[…] é preciso sublinhar que este é um livro inacabado, o que em si não parece extraordinário: outros, nessa condição, puderam aceder ao cânone literário. Contudo, O Monte Análogo é o seu inacabamento. É certo que o desaparecimento de Daumal determina o estado final do manuscrito. Mas poderia uma tal narrativa ver o seu fim? Mais do que o simples facto biográfico, e porque tudo n’O Monte Análogo é questão de movimento, a interrupção do fio textual parece indiciar uma transposição da acção nele proposta; ou, melhor dito, uma renovação dos fios que aí prendem a acção ao discurso. Tudo isso se espelha, aliás, no que o próprio romance diz das origens do Monte e do seu povoamento: quase nada que não seja a continuidade de um impulso imemorial. Daí que, em vez de dar para uma ausência e uma incerteza, a inconclusão do texto pareça transportar consigo muitos dos movimentos que o ritmam, assegurando-lhes essa progressão lenta e segura que se adopta quando se estão a dar os primeiros passos de uma longa ascensão. Até dominarem essa passada, as personagens terão de aprender a «sinonímia da queda física e da queda moral» (Bachelard). As fendas dos glaciares vêm recordar ao alpinista, na terrível simplicidade do sonho de queda, essa angústia que lhe é necessária e que o prepara para uma tal viagem.

Como parece inevitável, O Monte Análogo é a manifestação de uma relação ambígua com a grande tradição da viagem ocidental presente na Odisseia ou n’Os Lusíadas, para dar alguns exemplos seminais. Ela perpassa no texto, mas é constantemente objecto de uma translação onde a própria percepção cosmológica muda progressivamente de figura. Evidentemente, Daumal não será o único poeta do século XX a captar a difícil posição daquele que sonha partir.

[Jorge Leandro Rosa]

Tradução, organização e apresentação de Jorge Leandro Rosa

Formação paradoxalmente situada na Terra, o Monte Análogo mostra-se progressivamente capaz de abolir a distinção entre mundo físico e mundo simbólico. A grande arte deste livro é, não a de nos dar as vistas da montanha monumental, mas a de deixar entrever as vastidões do seu entre-sentido.

[…] é preciso sublinhar que este é um livro inacabado, o que em si não parece extraordinário: outros, nessa condição, puderam aceder ao cânone literário. Contudo, O Monte Análogo é o seu inacabamento. É certo que o desaparecimento de Daumal determina o estado final do manuscrito. Mas poderia uma tal narrativa ver o seu fim? Mais do que o simples facto biográfico, e porque tudo n’O Monte Análogo é questão de movimento, a interrupção do fio textual parece indiciar uma transposição da acção nele proposta; ou, melhor dito, uma renovação dos fios que aí prendem a acção ao discurso. Tudo isso se espelha, aliás, no que o próprio romance diz das origens do Monte e do seu povoamento: quase nada que não seja a continuidade de um impulso imemorial. Daí que, em vez de dar para uma ausência e uma incerteza, a inconclusão do texto pareça transportar consigo muitos dos movimentos que o ritmam, assegurando-lhes essa progressão lenta e segura que se adopta quando se estão a dar os primeiros passos de uma longa ascensão. Até dominarem essa passada, as personagens terão de aprender a «sinonímia da queda física e da queda moral» (Bachelard). As fendas dos glaciares vêm recordar ao alpinista, na terrível simplicidade do sonho de queda, essa angústia que lhe é necessária e que o prepara para uma tal viagem.

Como parece inevitável, O Monte Análogo é a manifestação de uma relação ambígua com a grande tradição da viagem ocidental presente na Odisseia ou n’Os Lusíadas, para dar alguns exemplos seminais. Ela perpassa no texto, mas é constantemente objecto de uma translação onde a própria percepção cosmológica muda progressivamente de figura. Evidentemente, Daumal não será o único poeta do século XX a captar a difícil posição daquele que sonha partir.

[Jorge Leandro Rosa]

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Rua Sá de Noronha, 115
4050-526 Porto, Portugal

Horário: seg-sáb 10h—13h / 14h—18h
Schedule: mon-fri 10h—13h / 14h—18h

Tel/Phone: 22 202 3071
Contacto apenas mensagem escrita / Only text — 928 129 119

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