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Todas as Artes Orunoko ou o Escravo Real - Aphra Behn
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Orunoko ou o Escravo Real - Aphra Behn

12,00 €
Na época de Aphra Behn (referimo-nos à segunda metade do século XVII) raras mulheres escreviam livros; e as altivas excepções a esta regra eram caucionadas pelo direito à excentricidade de grandes folganças materiais ou por nascimentos nobres, como se percebia nos casos da francesa Madeleine de Scudéry ou da inglesa Margaret Cavendish, duquesa de Newcastle. Pertence no entanto a Aphra Behn a primeira ousadia feminina, que as memórias registam, a violar o reduto de escritora protegida por uma alta posição social; a fazer da sua escrita modo de vida e fonte exclusiva do seu sustento. Virginia Woolf, […], não se esquece do seu grande exemplo: «Com Mrs Behn dobramos no nosso caminho uma das mais importantes esquinas. Deixamos para trás, fechadas nos seus parques, no meio dos seus in-folios, essas grandes e solitárias senhoras que escreviam sem público e sem crítica, apenas para o seu isolado prazer. Chegamos à cidade e roçamo-nos pela gente vulgar que anda nas ruas. Mrs Behn era uma mulher da classe média com todas as virtudes plebeias do humor, da vitalidade e da coragem; uma mulher que a morte do seu marido e umas quantas e infelizes aventuras pessoais forçaram a ganhar a vida com as qualidades do espírito. Teve de trabalhar em condições idênticas às dos homens.» […] Orunoko é a sua obra mais perdurável, embora por razões distantes das surpresas que fez ao leitor de 1689. Na altura da sua publicação violava sem pejo as regras centrais do romance barroco, cantor do herói audaz e imaculado que se apaixona pela heroína pura; Mrs Behn manchava-a (a favor da verdade «biográfica») com a sua sujeição às práticas sexuais, secundárias mas degradantes, de um senil erotismo de serralho; misturava a este transtorno o exotismo de um livro de viagens a terras desconhecidas; temperava-o por vezes com uma subtil vontade de conferir-lhe o mesmo registo pícaro que era sua marca nas produções teatrais; e, com frieza de biógrafa, na página final não recuava perante crueldades caucionadas no seu incómodo pela inocência de quem não pode fugir à verdade histórica, mas que subsistem entre as mais violentas de toda a literatura. [Aníbal Fernandes]
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Na época de Aphra Behn (referimo-nos à segunda metade do século XVII) raras mulheres escreviam livros; e as altivas excepções a esta regra eram caucionadas pelo direito à excentricidade de grandes folganças materiais ou por nascimentos nobres, como se percebia nos casos da francesa Madeleine de Scudéry ou da inglesa Margaret Cavendish, duquesa de Newcastle. Pertence no entanto a Aphra Behn a primeira ousadia feminina, que as memórias registam, a violar o reduto de escritora protegida por uma alta posição social; a fazer da sua escrita modo de vida e fonte exclusiva do seu sustento. Virginia Woolf, […], não se esquece do seu grande exemplo: «Com Mrs Behn dobramos no nosso caminho uma das mais importantes esquinas. Deixamos para trás, fechadas nos seus parques, no meio dos seus in-folios, essas grandes e solitárias senhoras que escreviam sem público e sem crítica, apenas para o seu isolado prazer. Chegamos à cidade e roçamo-nos pela gente vulgar que anda nas ruas. Mrs Behn era uma mulher da classe média com todas as virtudes plebeias do humor, da vitalidade e da coragem; uma mulher que a morte do seu marido e umas quantas e infelizes aventuras pessoais forçaram a ganhar a vida com as qualidades do espírito. Teve de trabalhar em condições idênticas às dos homens.» […] Orunoko é a sua obra mais perdurável, embora por razões distantes das surpresas que fez ao leitor de 1689. Na altura da sua publicação violava sem pejo as regras centrais do romance barroco, cantor do herói audaz e imaculado que se apaixona pela heroína pura; Mrs Behn manchava-a (a favor da verdade «biográfica») com a sua sujeição às práticas sexuais, secundárias mas degradantes, de um senil erotismo de serralho; misturava a este transtorno o exotismo de um livro de viagens a terras desconhecidas; temperava-o por vezes com uma subtil vontade de conferir-lhe o mesmo registo pícaro que era sua marca nas produções teatrais; e, com frieza de biógrafa, na página final não recuava perante crueldades caucionadas no seu incómodo pela inocência de quem não pode fugir à verdade histórica, mas que subsistem entre as mais violentas de toda a literatura. [Aníbal Fernandes]
Na época de Aphra Behn (referimo-nos à segunda metade do século XVII) raras mulheres escreviam livros; e as altivas excepções a esta regra eram caucionadas pelo direito à excentricidade de grandes folganças materiais ou por nascimentos nobres, como se percebia nos casos da francesa Madeleine de Scudéry ou da inglesa Margaret Cavendish, duquesa de Newcastle. Pertence no entanto a Aphra Behn a primeira ousadia feminina, que as memórias registam, a violar o reduto de escritora protegida por uma alta posição social; a fazer da sua escrita modo de vida e fonte exclusiva do seu sustento. Virginia Woolf, […], não se esquece do seu grande exemplo: «Com Mrs Behn dobramos no nosso caminho uma das mais importantes esquinas. Deixamos para trás, fechadas nos seus parques, no meio dos seus in-folios, essas grandes e solitárias senhoras que escreviam sem público e sem crítica, apenas para o seu isolado prazer. Chegamos à cidade e roçamo-nos pela gente vulgar que anda nas ruas. Mrs Behn era uma mulher da classe média com todas as virtudes plebeias do humor, da vitalidade e da coragem; uma mulher que a morte do seu marido e umas quantas e infelizes aventuras pessoais forçaram a ganhar a vida com as qualidades do espírito. Teve de trabalhar em condições idênticas às dos homens.» […] Orunoko é a sua obra mais perdurável, embora por razões distantes das surpresas que fez ao leitor de 1689. Na altura da sua publicação violava sem pejo as regras centrais do romance barroco, cantor do herói audaz e imaculado que se apaixona pela heroína pura; Mrs Behn manchava-a (a favor da verdade «biográfica») com a sua sujeição às práticas sexuais, secundárias mas degradantes, de um senil erotismo de serralho; misturava a este transtorno o exotismo de um livro de viagens a terras desconhecidas; temperava-o por vezes com uma subtil vontade de conferir-lhe o mesmo registo pícaro que era sua marca nas produções teatrais; e, com frieza de biógrafa, na página final não recuava perante crueldades caucionadas no seu incómodo pela inocência de quem não pode fugir à verdade histórica, mas que subsistem entre as mais violentas de toda a literatura. [Aníbal Fernandes]

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